MACAPÁ (AP) – O problema das chamadas “lixeiras viciadas” transformou-se em um dos maiores desafios sanitários e de zeladoria urbana da capital do Amapá. Em diversos bairros de Macapá, a prática de descarte irregular de resíduos em pontos fixos, mesmo após a limpeza da prefeitura, cria focos persistentes de sujeira que prejudicam a saúde pública, a qualidade de vida e a imagem da cidade.
O Ciclo Vicioso da Sujeira
Uma lixeira vicada é um local onde a população, por hábito ou falta de alternativa, descartou lixo e entulho de maneira contínua, transformando calçadas, terrenos baldios ou margens de vias em depósitos a céu aberto.
O acúmulo desses pontos é variado e alarmante:
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Lixo Doméstico: Sacolas plásticas e restos de comida.
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Entulhos Pesados: Restos de obras, móveis velhos (sofás, colchões), carcaças de eletrodomésticos e galhos.
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Resíduos Perigosos: Em alguns casos, até mesmo resíduos de açougue ou animais mortos são encontrados, elevando o risco de contaminação.
⚠️ Riscos para a Saúde e o Meio Ambiente
O mau cheiro insuportável é apenas o sintoma mais óbvio. O verdadeiro problema reside na prevenção de vetores de doenças. As montanhas de lixo são ambientes ideais para:
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Pragas Urbanas: Ratos, baratas e mosquitos (incluindo o Aedes aegypti , transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya).
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Contaminação: O chorume (líquido gerado pela resíduos do lixo) escoa, contaminando o solo e, em Macapá, ameaçando os igarapés e canais da cidade, o que representa um perigo sanitário ainda maior para a saúde ambiental.
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Inundação: O acúmulo de lixo entope bueiros e canais de drenagem, agravando os problemas de alagamento durante o período chuvoso.
️ A Luta do Poder Público e a Falta de Consciência
A Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana (Semzur) realiza operações constantes para a remoção desses pontos viciados. Em muitas graças, a limpeza de um único local pode retirar algumas toneladas de entulho. Contudo, a eficácia é de curto prazo.
“Limpar é nossa responsabilidade, mas manter uma cidade limpa é um dever de todos”, afirma frequentemente a gestão municipal, reforçando que o problema está em grande parte da natureza comportamental .
Moradores relatam que, mesmo após a limpeza, pessoas (muitas vezes de outros bairros ou carroceiros contratados) voltam a descartar resíduos no local durante a noite.
Medidas Adotadas:
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Limpeza e Requalificação: Após a remoção do lixo, a prefeitura tem investido em projetos de requalificação, transformando antigas lixeiras em hortas urbanas , praças ou em áreas de arborização com pneus inservíveis. O objetivo é criar um novo uso e estranhar o descarte.
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Fiscalização e Multas: O Código de Postura do Município de Macapá prevê multas pesadas (que podem chegar a R$ 1.500 ou mais) para quem for flagrado jogando lixo em vias públicas. A dificuldade, porém, reside em manter uma fiscalização séria e constante.
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Disque Denúncia: A população é incentivada a denunciar os infratores por meio dos canais oficiais da Zeladoria Urbana, embora a resposta nem sempre seja imediata.
O Caminho para a Solução
A erradicação das lixeiras viciadas exige uma ação integrada que vai além da simples limpeza:
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Educação Ambiental: Campanhas profundas e contínuas nas escolas e bairros para mudar a cultura do descarte.
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Aprimoramento da Coleta: Garantir que o serviço de coleta regular chegue a todas as áreas, nos dias e horários corretos, e expanda a coleta de entulhos pesados (os “pontos de descarte corretos” ou Ecopontos ).
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Punição Eficaz: Intensificar a fiscalização, utilizando tecnologias (como câmeras) e aplicando multas rigorosas para que o custo do descarte irregular seja maior que o da destinação correta.
Enquanto a conscientização não se torna coletiva e as políticas de fiscalização não se tornam mais duras, Macapá continua a lutar contra este ciclo de sujeira que mina a qualidade de vida de seus cidadãos.
Gostaria que eu criasse uma imagem para acompanhar esta matéria jornalística sobre as lixeiras viciadas em Macapá?
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